Na falta de criatividade, deixa o tio Frederico falar:
(Neste parágrafo, Nietzsche fala dos falsos espíritos livres, dos filósofos os quais, no fim do século XIX, ele já urgia que nós combatessemos. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, ele era um visionário):
"(...) eles são niveladores, esses falsamente chamados "espíritos livres" -- escravos eloquentes e folhetinescos do gosto democrático e das "idéias modernas"; todos eles homens sem solidão, sem solidão própria, rapazes bonzinhos e desajeitados (...) sobretudo em sua tendência básica de ver, nas formas da velha sociedade até agora existente, a causa de TODA a miséria e falência humana: com o que a verdade vem a ficar alegremente de cabeça para baixo!
O que eles gostariam de perseguir com todas as forças é a universal felicidade do rebanho em pasto verde, com segurança, ausência de perigo, bem-estar e felicidade para todos; suas doutrinas e cantigas mais lembradas são "igualdade de direitos" e "compaixão pelos que sofrem" -- e o sofrimento é visto por eles como algo que se deve abolir."
Muito interessante ver como ele, antes do surgimento do utilitarismo, já enxergou seu germe nos filósofos utópicos, democráticos pós-revolução francesa, e nos comunistas. É uma pena, caro Frederico, mas terei que te contar que hoje em dia estes rapazes franzinos e covardes dominam todos os recantos do saber e, através de uma perfídia sem tamanho, escondem -- atrás de uma fachada de liberdade de pensamento -- uma violenta censura a pensadores livres. Você pode pensar livremente, desde que não fira os dogmas "a vida é nosso maior bem", "o bem-estar e conforto é nosso maior trunfo", e o maior de todos, o cânone da nossa sociedade moderna: "todos são iguais.. nas chances de pisar um em cima do outro e ganhar dinheiro, vendendo sua alma e a liberdade de seu espírito". Digo-te com muito pesar que passei esta última semana assistindo palestras da tão celebrada "Filosofia do Direito" e nenhum dos efeminados e limpinhos palestrantes sequer ousou ir contra tais dogmas. Cheguei a ter que ouvir o absurdo "A Utopia é algo que devemos ter como meta em tudo que pensamos e fazemos". Aliás, creio que aquele que ousar será tão violentamente expulso da nossa sociedade "livre e igualitária" que se tornará um louco ou hermitão.
E para quem teve paciência de ler isso aqui e concordou, pelo menos em parte, com as idéias, leia mais abaixo o que Nietzsche considera como as condições que devemos sempre manter para que grandes coisas sejam feitas nesta terra sob o signo da humanidade:
"Nós, os avessos, que abrimos os olhos para a questão de onde e de que modo, até hoje, a planta "homem" cresceu mais vigorosamente às alturas, acreditamos que isso sempre ocorreu nas condições opostas, que para isso a periculosidade da sua situação tinha de crescer até o extremo, sua força de invenção e dissimulação (seu "espírito") tinha de converter-se, sob prolongada pressão e coerção, em algo fino e temerário, sua vontade de vida tinha de ser exacerbada até se tornar absoluta vontade de poder -- acreditamos que dureza, violência, escravidão, perigo nas ruas e no coração, ocultamento, estoicismo, arte da tentação e diabolismo de toda espécie, tudo o que há de mau, terrível, tirânico, tudo o que há de animal de rapina e de serpente no homem serve tão bem à elevação da espécie "homem" quanto o seu contrário."
Lembrem-se: Sem o sofrimento, os prazeres seriam apenas sensações medíocres. Aprendam a sofrer e aprenderão a sentir prazer com tudo que é simples (e ao mesmo tempo infinito). Aprendam a ser "Para além do bem e do mal".
P.S.: Ainda não terminei de ler o livro.
*Trilha sonora: Quinta sinfonia de Beethoven.*
"(...) eles são niveladores, esses falsamente chamados "espíritos livres" -- escravos eloquentes e folhetinescos do gosto democrático e das "idéias modernas"; todos eles homens sem solidão, sem solidão própria, rapazes bonzinhos e desajeitados (...) sobretudo em sua tendência básica de ver, nas formas da velha sociedade até agora existente, a causa de TODA a miséria e falência humana: com o que a verdade vem a ficar alegremente de cabeça para baixo!
O que eles gostariam de perseguir com todas as forças é a universal felicidade do rebanho em pasto verde, com segurança, ausência de perigo, bem-estar e felicidade para todos; suas doutrinas e cantigas mais lembradas são "igualdade de direitos" e "compaixão pelos que sofrem" -- e o sofrimento é visto por eles como algo que se deve abolir."
Muito interessante ver como ele, antes do surgimento do utilitarismo, já enxergou seu germe nos filósofos utópicos, democráticos pós-revolução francesa, e nos comunistas. É uma pena, caro Frederico, mas terei que te contar que hoje em dia estes rapazes franzinos e covardes dominam todos os recantos do saber e, através de uma perfídia sem tamanho, escondem -- atrás de uma fachada de liberdade de pensamento -- uma violenta censura a pensadores livres. Você pode pensar livremente, desde que não fira os dogmas "a vida é nosso maior bem", "o bem-estar e conforto é nosso maior trunfo", e o maior de todos, o cânone da nossa sociedade moderna: "todos são iguais.. nas chances de pisar um em cima do outro e ganhar dinheiro, vendendo sua alma e a liberdade de seu espírito". Digo-te com muito pesar que passei esta última semana assistindo palestras da tão celebrada "Filosofia do Direito" e nenhum dos efeminados e limpinhos palestrantes sequer ousou ir contra tais dogmas. Cheguei a ter que ouvir o absurdo "A Utopia é algo que devemos ter como meta em tudo que pensamos e fazemos". Aliás, creio que aquele que ousar será tão violentamente expulso da nossa sociedade "livre e igualitária" que se tornará um louco ou hermitão.
E para quem teve paciência de ler isso aqui e concordou, pelo menos em parte, com as idéias, leia mais abaixo o que Nietzsche considera como as condições que devemos sempre manter para que grandes coisas sejam feitas nesta terra sob o signo da humanidade:
"Nós, os avessos, que abrimos os olhos para a questão de onde e de que modo, até hoje, a planta "homem" cresceu mais vigorosamente às alturas, acreditamos que isso sempre ocorreu nas condições opostas, que para isso a periculosidade da sua situação tinha de crescer até o extremo, sua força de invenção e dissimulação (seu "espírito") tinha de converter-se, sob prolongada pressão e coerção, em algo fino e temerário, sua vontade de vida tinha de ser exacerbada até se tornar absoluta vontade de poder -- acreditamos que dureza, violência, escravidão, perigo nas ruas e no coração, ocultamento, estoicismo, arte da tentação e diabolismo de toda espécie, tudo o que há de mau, terrível, tirânico, tudo o que há de animal de rapina e de serpente no homem serve tão bem à elevação da espécie "homem" quanto o seu contrário."
Lembrem-se: Sem o sofrimento, os prazeres seriam apenas sensações medíocres. Aprendam a sofrer e aprenderão a sentir prazer com tudo que é simples (e ao mesmo tempo infinito). Aprendam a ser "Para além do bem e do mal".
P.S.: Ainda não terminei de ler o livro.
*Trilha sonora: Quinta sinfonia de Beethoven.*