domingo, maio 06, 2007

Estrelas

enquanto crianças, nós adimiramos sua beleza simples, e o prazer que nos causa a nossa visão. depois de crescidos nosso amor por elas aumenta quando sabemos que, justamente aquelas que conseguimos ver, morreram a milênios atrás. através desse mistério o nosso amor que era linear ganha profundidade e contornos transcendentes ao simples prazer sensorial.

como as estrelas, assim é nossa vida: nós já morremos há muito tempo, tudo que atinge nossos sentidos já não é mais. somos apenas a luz que viajou milênios, somos o reflexo belo e paradoxal daquilo que já aconteceu. não temamos a morte, nem o dever, nem a glória, nem a beleza do amor: tudo o que há de ser já houve: somos apenas instrumentos daquela mesma vontade que já matou a estrela e já nos matou e que, entretanto, deu-nos a chance de atravessar a beleza linear e atingir a transcendência de infinitas dimensões.

Robert Fripp and the League of Crafty Guitarrists - Asturia

Mude para Firefox você também!Get Firefox!